terça-feira, 8 de abril de 2008

Uma longa e deliciosa viagem


Estou voltando de uma viagem maravilhosa...
Alguém já fez uma viagem assim... através do sonho?
Eu fiz, por que não?

Sonhei tanto! Descobri que viajei durante anos, através dos livros e revistas.

Estava com treze anos quando ouvi falar de um país chamado Peru. E lá existia uma civilização que construiu uma cidade no topo de uma montanha. Era a civilização Inca. Foram perseguidos pelos inimigos durantes anos e fugiram criando uma fortaleza e, por lá viveram muitos anos. Essa fortaleza denominada Macchu Picchu, por sinal está entre as "Sete Maravilhas do Mundo" e, é reconhecida como Patrimônio Histórico da Humanidade.

Com quinze anos continuava viajando.
O espírito andino, sagrado e monumental tomou conta dos meus sonhos, nesta terra onde mito e história se fundiram.

Com dezoito anos, fui estudar em Belo Horizonte.
Para minha surpresa, visitando a Feira hippie, encontrei uns peruanos, descendentes dos Incas, vendendo pulseiras e anéis confeccionados artesanalmente por eles. Me enfeitei com suas pratas. Mais tarde, para minha tristeza, esqueci minha bolsa dentro de um taxi e lá se foram minhas jóias raras.
No meu guarda-roupa tinha blusas, gorros, e mantas de lã de lhama. Nas noites de inverno, quando ia para minha cidade no interior, elas me aqueciam. Até o namorado pegava carona e se achegava a mim, para esquentar. E eu pensava que era meu corpo que o esquentava. Só agora me dei conta disso.

Aos vinte e três anos voltei para o interior, me casei e montei uma loja de presentes. Adivinha os tipos de presentes que comprei para vender?
Só tinha olhos para as roupas, tapetes, quadros e pratas confeccionados pelos peruanos.
Para minha alegria, a mãe de uma amiga tinha uma irmã que morava no Perú e toda viagem que fazia por lá, trazia muitos presentes para mim.
Minha casa era toda enfeitada, viajava a toda momento que entrava no meu quarto, na sala, até no corredor e dava de cara com aquele colorido maravilhoso dos tapetes, das colchas e dos quadros na parede. Os tons vermelho, amarelo, laranja, roxo e azul anil brigavam para tomar o lugar do arco íris na minha vida e eu ficava imaginando essa cores nos fios de lã, nas mãos das Incas, como se elas tivessem mesmo um pedaço do céu no seu colo. E eu me imaginava no meio delas, a tecer um lindo arco íris.

Dezembro de 2007, um dia qualquer, uma hora qualquer...
Bateu na porta, fui atender.
Adivinha quem era?
"Eu" chegando.
--- Entra.
--- Puxa! Demorou!
--- Voce acha?
--- Só quarenta anos.

Quantas viagens lindas fazemos ao longo da vida e nem nos damos conta.

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