
Estou voltando de uma viagem maravilhosa...
Alguém já fez uma viagem assim... através do sonho?
Eu fiz, por que não?
Sonhei tanto! Descobri que viajei durante anos, através dos livros e revistas.
Estava com treze anos quando ouvi falar de um país chamado Peru. E lá existia uma civilização que construiu uma cidade no topo de uma montanha. Era a civilização Inca. Foram perseguidos pelos inimigos durantes anos e fugiram criando uma fortaleza e, por lá viveram muitos anos. Essa fortaleza denominada Macchu Picchu, por sinal está entre as "Sete Maravilhas do Mundo" e, é reconhecida como Patrimônio Histórico da Humanidade.
Com quinze anos continuava viajando.
O espírito andino, sagrado e monumental tomou conta dos meus sonhos, nesta terra onde mito e história se fundiram.
Com dezoito anos, fui estudar em Belo Horizonte.
Para minha surpresa, visitando a Feira hippie, encontrei uns peruanos, descendentes dos Incas, vendendo pulseiras e anéis confeccionados artesanalmente por eles. Me enfeitei com suas pratas. Mais tarde, para minha tristeza, esqueci minha bolsa dentro de um taxi e lá se foram minhas jóias raras.
No meu guarda-roupa tinha blusas, gorros, e mantas de lã de lhama. Nas noites de inverno, quando ia para minha cidade no interior, elas me aqueciam. Até o namorado pegava carona e se achegava a mim, para esquentar. E eu pensava que era meu corpo que o esquentava. Só agora me dei conta disso.
Aos vinte e três anos voltei para o interior, me casei e montei uma loja de presentes. Adivinha os tipos de presentes que comprei para vender?
Só tinha olhos para as roupas, tapetes, quadros e pratas confeccionados pelos peruanos.
Para minha alegria, a mãe de uma amiga tinha uma irmã que morava no Perú e toda viagem que fazia por lá, trazia muitos presentes para mim.
Minha casa era toda enfeitada, viajava a toda momento que entrava no meu quarto, na sala, até no corredor e dava de cara com aquele colorido maravilhoso dos tapetes, das colchas e dos quadros na parede. Os tons vermelho, amarelo, laranja, roxo e azul anil brigavam para tomar o lugar do arco íris na minha vida e eu ficava imaginando essa cores nos fios de lã, nas mãos das Incas, como se elas tivessem mesmo um pedaço do céu no seu colo. E eu me imaginava no meio delas, a tecer um lindo arco íris.
Dezembro de 2007, um dia qualquer, uma hora qualquer...
Bateu na porta, fui atender.
Adivinha quem era?
"Eu" chegando.
--- Entra.
--- Puxa! Demorou!
--- Voce acha?
--- Só quarenta anos.
Quantas viagens lindas fazemos ao longo da vida e nem nos damos conta.
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