quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Cigana



Cigana

E essa adolescente que te acompanha vinte e quatro horas por dia?
Vai garota! Bota a mochila nas costas e siga teu rumo.
Bem sei que tens sangue nômade.

És uma cigana.
Não aquela cigana clássica, mas uma cigana do terceiro milênio.
Mais energizada, não tão preocupada com teus ancestrais, com normas, muito menos em preservar tua cultura, sei disso.

Faz tempo deixou tuas saias coloridas, teus babados. Faz tempo não dorme em tendas.
Nem procura um homem cigano.

Faz tempo, não confia nas estrelas, nem revela teus segredos. Escondidos estão, na floresta.

Vai... segue teu coração.

Leva, na mochila, teus sonhos.
De certo encontrará um amigo, um vizinho, um mar, uma estrada, um palco.

Descobrirá que nesse palco estreará uma peça, onde um vizinho, um amigo te levará por uma estrada até o mar, teu sonho.
O abraço do mar, o afago das ondas, beba esse cálice.
E nunca mais terá sede.

Está escrito em tuas mãos.